20 de Abril, 2025 – Salmos 77 e 78

Salmos 77

Para o mestre de música. De Jedutum. Salmo de Asafe.

1 A minha voz se eleva a Deus, e clamo; a minha voz se eleva a Deus, para que ele me ouça.
2 Quando estou angustiado, busco o Senhor; à noite estendo as mãos sem cessar; a minha alma recusa consolo.
3 Lembro-me de ti, ó Deus, e suspiro; começo a meditar, e o meu espírito desfalece.
4 Não me permites fechar os olhos; estou tão perturbado que nem consigo falar.
5 Fico a pensar nos dias que se foram, nos anos há muito passados;
6 de noite recordo minhas canções; o meu coração medita, e o meu espírito pergunta:
7 “Acaso o Senhor nos rejeitará para sempre, e nunca mais tornará a mostrar-nos o seu favor?
8 Desapareceu para sempre o seu amor? Acabou-se a sua promessa por todas as gerações?
9 Esqueceu-se Deus de ser misericordioso? Em sua ira refreou a sua compaixão?”
10 Então pensei: “A razão da minha dor é que a mão direita do Altíssimo não age mais”.
11 Recordarei os feitos do Senhor; recordarei os teus antigos milagres.
12 Meditarei em todas as tuas obras e considerarei todos os teus feitos.
13 Teus caminhos, ó Deus, são santos. Que deus é tão grande como o nosso Deus?
14 Tu és o Deus que realiza milagres; mostras o teu poder entre os povos.
15 Com o teu braço forte redimiste o teu povo, os descendentes de Jacó e de José.
16 As águas te viram, ó Deus, as águas te viram e se contorceram; até os abismos estremeceram.
17 As nuvens despejaram água, os céus ressoaram trovões, as suas flechas lampejavam no céu.
18 No redemoinho ouviu-se o teu trovão, os teus relâmpagos iluminaram o mundo; a terra tremeu e sacudiu-se.
19 A tua vereda passou pelo mar, o teu caminho pelas águas poderosas, e ninguém viu as tuas pegadas.
20 Guiaste o teu povo como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.

Salmos 78

Masquil de Asafe.

1 Povo meu, escute o meu ensino; incline os ouvidos para o que digo.
2 Em parábolas abrirei a minha boca, proclamarei enigmas do passado,
3 coisas que ouvimos e aprendemos, que nos contaram os nossos antepassados.
4 Não os esconderemos dos nossos descendentes; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.
5 Ele decretou estatutos para Jacó e em Israel estabeleceu a lei, e ordenou aos nossos antepassados que os ensinassem aos seus filhos,
6 de modo que a geração seguinte os conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos.
7 Então eles poriam a confiança em Deus, não esqueceriam os seus feitos e obedeceriam aos seus mandamentos.
8 E não seriam como os seus antepassados, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, cuja fidelidade não era firme para com Deus.
9 Os homens de Efraim, armados de arcos, bateram em retirada no dia da batalha.
10 Não guardaram a aliança de Deus e recusaram-se a viver conforme a sua lei.
11 Esqueceram o que ele tinha feito, as maravilhas que lhes mostrara.
12 Diante dos seus antepassados ele realizou milagres, na terra do Egito, na região de Zoã.
13 Dividiu o mar para que pudessem passar e fez a água erguer-se como muralha.
14 De dia os guiou com uma nuvem, e de noite com clarão de fogo.
15 Fendeu as rochas no deserto e deu-lhes tanta água quanto a dos mares.
16 Da pedra fez sair córregos e fluir água como um rio.
17 Apesar disso, continuaram a pecar contra ele, revoltando-se no deserto contra o Altíssimo.
18 Deliberadamente puseram Deus à prova, exigindo o que desejavam comer.
19 Duvidaram de Deus, dizendo: “Poderá Deus preparar uma mesa no deserto?”
20 Sabemos que, quando ele feriu a rocha, a água brotou e jorrou em torrentes. Mas poderá também dar-nos pão? Conseguirá suprir carne ao seu povo?”
21 Quando o Senhor os ouviu, ficou furioso; fogo acendeu-se contra Jacó, e sua ira levantou-se contra Israel,
22 pois não creram em Deus nem confiaram no seu poder salvador.
23 Contudo, ele deu ordens às nuvens, abriu as portas dos céus;
24 fez chover maná para que o povo comesse, deu-lhes o pão dos céus.
25 Os homens comeram o pão dos anjos; enviou-lhes comida à vontade.
26 Do céu fez soprar o vento leste e com o seu poder conduziu o vento sul.
27 Fez chover carne sobre eles como poeira, bandos de aves como areia da praia.
28 Fê-las cair dentro do acampamento deles, ao redor das suas tendas.
29 Comeram à vontade, e ele satisfez o desejo deles.
30 Mas, antes de se fartarem, quando ainda tinham comida na boca,
31 acendeu-se contra eles a ira de Deus, e ele matou os mais fortes entre eles, os jovens mais saudáveis de Israel.
32 Apesar disso, continuaram pecando; não creram nos seus prodígios.
33 Por isso, ele encerrou os dias deles como um sopro e os anos deles em repentino pavor.
34 Sempre que Deus os matava, eles o buscavam; voltavam-se para ele e desejavam ardentemente.
35 Lembravam-se de que Deus era a sua Rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor.
36 Todavia, com a boca o adulavam, com a língua mentiam para ele;
37 o coração deles não era sincero; não foram fiéis à sua aliança.
38 Contudo, ele foi misericordioso; perdoou as maldades deles e não os destruiu. Vez após vez conteve a sua ira e não se levantou com todo o seu furor.
39 Lembrou-se de que eram meros mortais, brisa passageira que não retorna.
40 Quantas vezes se revoltaram contra ele no deserto e entristeceram-no na terra solitária!
41 Repetidamente puseram Deus à prova, irritaram o Santo de Israel.
42 Não se lembravam da sua mão poderosa, do dia em que os redimiu do opressor,
43 do dia em que mostrou os seus prodígios no Egito, as suas maravilhas na região de Zoã,
44 quando transformou em sangue os rios deles, e eles não podiam beber das suas correntes.
45 Enviou enxames de moscas que os devoraram e rãs que devastaram a terra deles.
46 Entregou as colheitas deles aos gafanhotos, o produto do seu trabalho aos insetos.
47 Destruiu as vinhas deles com granizo e as figueiras bravas com saraiva.
48 Entregou o gado deles ao granizo, os rebanhos deles aos raios.
49 Enviou sobre eles o furor da sua ira, indignação, indignidade e hostilidade — um batalhão de anjos destruidores.
50 Abriu caminho para a sua ira, não os poupou da morte, mas os entregou à peste.
51 Matou todos os primogênitos do Egito, os primeiros frutos do vigor varonil nas tendas de Cam.
52 Mas tirou o seu povo como ovelhas e os conduziu como um rebanho pelo deserto.
53 Conduziu-os em segurança, e não tiveram medo; e os seus inimigos afundaram-se no mar.
54 Assim os trouxe à fronteira do seu país santo, aos montes que a sua mão direita conquistou.
55 Expulsou as nações de diante deles, distribuiu-lhes por sorte as suas terras como herança, e estabeleceu as tribos de Israel em suas casas.
56 Eles, porém, puseram Deus Altíssimo à prova e foram rebeldes, não obedeceram aos seus testemunhos.
57 Foram desleais e infiéis, como os seus antepassados, confiáveis como um arco defeituoso.
58 Eles o irritaram com os altares idólatras; com os ídolos esculpidos provocaram o seu ciúme.
59 Ouvindo isso, Deus enfureceu-se e rejeitou totalmente Israel;
60 abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda onde habitava entre os homens.
61 Entregou o símbolo do seu poder ao cativeiro, e o seu esplendor nas mãos do adversário.
62 Entregou o seu povo à espada, enfurecendo-se com a sua herança.
63 O fogo consumiu os seus jovens, e as suas moças não tiveram canções de núpcias;
64 os sacerdotes foram mortos à espada, e as viúvas deles não puderam chorar.
65 Então o Senhor acordou como quem dormia, como um guerreiro despertado do sono do vinho.
66 Fez retroceder os seus adversários e os entregou a permanente humilhação.
67 Rejeitou a tenda de José e não escolheu a tribo de Efraim;
68 escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.
69 Construiu o seu santuário como as alturas celestes, como a terra que estabeleceu para sempre.
70 Escolheu seu servo Davi e o tirou do aprisco das ovelhas;
71 do pastoreio das ovelhas o levou para ser o pastor de Jacó, seu povo, de Israel, sua herança.
72 E de coração íntegro Davi os pastoreou; com mãos experientes os conduziu.

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