20 de Junho, 2025 – Mateus 26 e Atos 26

Mateus 26

A conspiração contra Jesus

1 Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, disse aos seus discípulos:
2 ― Como vocês sabem, estamos a dois dias da Páscoa, e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.
3 Naquela ocasião, os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos do povo se reuniram no pátio do sumo sacerdote, cujo nome era Caifás,
4 e juntos planejaram prender Jesus de maneira fraudulenta e matá‑lo.
5 Contudo, diziam: “Não durante a festa, para que não haja tumulto no meio do povo”.

Jesus é ungido em Betânia

6 Quando Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso,
7 aproximou‑se dele uma mulher com um frasco de alabastro que continha um perfume muito caro. Ela o derramou sobre a cabeça de Jesus quando ele se encontrava reclinado à mesa.
8 Ao verem isso, os discípulos se indignaram e perguntaram: ― Por que este desperdício?
9 Este perfume poderia ser vendido por alto preço, e o dinheiro ser dado aos pobres.
10 Percebendo isso, Jesus lhes disse: ― Por que vocês estão perturbando essa mulher? Ela praticou uma boa ação para comigo.
11 Pois os pobres vocês sempre terão com vocês, mas a mim nem sempre terão.
12 Quando derramou este perfume sobre o meu corpo, ela o fez a fim de me preparar para o sepultamento.
13 Em verdade lhes digo que, onde quer que este evangelho for anunciado em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória.

Judas concorda em trair Jesus

14 Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, dirigiu‑se aos chefes dos sacerdotes
15 e lhes perguntou: ― O que me dareis se eu o entregar a vós? Acordaram com ele trinta moedas de prata.
16 Desse momento em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregá‑lo.

A ceia do Senhor

17 No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, os discípulos dirigiram‑se a Jesus e lhe perguntaram: ― Onde queres que preparemos a refeição da Páscoa para comeres?
18 Ele respondeu: ― Entrem na cidade, procurem certo homem e digam‑lhe: “O Mestre diz: ‘O meu tempo está próximo. Vou celebrar a Páscoa com os meus discípulos na sua casa’ ”.
19 Os discípulos fizeram como Jesus os havia instruído e prepararam a Páscoa.
20 Ao anoitecer, Jesus estava reclinado à mesa com os Doze.
21 Enquanto comiam, ele disse: ― Em verdade lhes digo que um de vocês me trairá.
22 Eles ficaram muito tristes e começaram a dizer‑lhe, um após outro: ― Com certeza, não sou eu, Senhor!
23 Jesus afirmou: ― Aquele que comeu comigo do mesmo prato há de me trair.
24 O Filho do homem irá, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Melhor seria que não houvesse nascido.
25 Então, Judas, que o trairia, disse: ― Com certeza, não sou eu, Rabi! Jesus afirmou: ― Foi você quem disse isso.
26 Enquanto comiam, Jesus pegou o pão, deu graças, partiu‑o e o deu aos discípulos, dizendo: ― Peguem e comam; isto é o meu corpo.
27 Em seguida, pegou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: ― Bebam dele todos vocês.
28 Isto é o meu sangue daaliança, que é derramado em favor de muitos para perdão de pecados.
29 Eu lhes digo que, de agora em diante, não beberei deste fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo com vocês no reino do meu Pai.
30 Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.

Jesus prediz que Pedro o negará

31 Então, Jesus lhes disse: ― Ainda esta noite, todos vocês me abandonarão, pois está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersas”.
32 ― Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galileia.
33 Pedro respondeu: ― Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei!
34 Jesus respondeu: ― Em verdade lhe digo que ainda esta noite, antes que o galo cante, três vezes você me negará.
35 Pedro, porém, declarou: ― Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei. E todos os outros discípulos disseram o mesmo.

Jesus no Getsêmani

36 Então, Jesus foi com os seus discípulos para um lugar chamado Getsêmani e lhes disse: ― Sentem‑se aqui enquanto vou ali orar.
37 Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a ficar triste e angustiado.
38 Então, lhes disse: ― A minha alma está profundamente triste, em uma tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo.
39 Indo um pouco mais adiante, prostrou‑se com o rosto em terra e orou: ― Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres.
40 Depois, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo. ― Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora? — perguntou a Pedro.
41 — Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
42 Ele se retirou, pela segunda vez, e orou: ― Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça‑se a tua vontade.
43 Quando voltou, de novo os encontrou dormindo, porque os olhos deles estavam pesados.
44 Então, deixou‑os novamente e orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
45 Depois, voltou aos discípulos e lhes disse: ― Vocês ainda dormem e descansam? Chegou a hora! O Filho do homem será entregue nas mãos de pecadores.
46 Levantem‑se e vamos! Aí vem o meu traidor!

Jesus é preso

47 Enquanto ele ainda falava, Judas, um dos Doze, chegou. Com ele estava uma grande multidão armada de espadas e varas, enviada pelos chefes dos sacerdotes e líderes religiosos do povo.
48 O traidor havia combinado um sinal com eles: “Ele é aquele a quem eu saudar com um beijo; prendam‑no”.
49 Dirigindo‑se imediatamente a Jesus, Judas disse: ― Saudações, Rabi! E o beijou.
50 Jesus, porém, lhe perguntou: ― Amigo, o que o traz aqui? Então, os homens se aproximaram, agarraram Jesus e o prenderam.
51 Um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, sacou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando‑lhe a orelha.
52 Jesus lhe disse: ― Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada morrerão pela espada.
53 Você acha que eu não posso pedir ao meu Pai, e ele não poria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos?
54 Como, então, se cumpririam as Escrituras que dizem que as coisas deveriam acontecer desta forma?
55 Naquela hora, Jesus disse à multidão: ― Acaso estou chefiando alguma rebelião, para que venham me prender com espadas e varas? Todos os dias, estive com vocês, ensinando no templo, e vocês não me prenderam.
56 Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos o abandonaram e fugiram.

Jesus diante do Sinédrio

57 Os que prenderam Jesus levaram‑no para Caifás, o sumo sacerdote, em cuja casa se haviam reunido os mestres da lei e os líderes religiosos.
58 Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. Ele entrou e sentou‑se com os guardas para ver o que aconteceria.
59 Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrioprocuravam um depoimento falso contra Jesus, para que pudessem condená‑lo à morte.
60 No entanto, não encontraram nenhum, embora tenham se apresentado muitas falsas testemunhas. Finalmente, apresentaram‑se duas,
61 que declararam: ― Este homem disse: “Sou capaz de destruir o templo de Deus e reconstruí‑lo em três dias”.
62 Então, o sumo sacerdote levantou‑se e perguntou a Jesus: ― Você não vai responder à acusação que estes fazem contra você?
63 Jesus, porém, permaneceu em silêncio. O sumo sacerdote lhe disse: ― Exijo que jure pelo Deus vivo: diga‑nos se você é o Cristo, o Filho de Deus.
64 ― Tu mesmo o disseste— respondeu Jesus. — Mas eu digo a todos vocês: chegará o dia em que verão o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.
65 Então, o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes e disse: ― Blasfemou! Por que precisamos de mais testemunhas? Vocês ouviram a blasfêmia agora.
66 O que lhes parece? ― É digno de morte! — responderam.
67 Então, alguns lhe cuspiram no rosto e lhe deram murros. Outros lhe davam tapas
68 e diziam: ― Profetize para nós, Cristo. Quem foi que bateu em você?

Pedro nega Jesus

69 Pedro estava sentado no pátio, e uma criada, aproximando‑se dele, disse: ― Você também estava com Jesus, o galileu.
70 Contudo, ele negou diante de todos, dizendo: ― Não sei do que você está falando.
71 Depois, saiu em direção à porta, onde outra criada o viu e disse aos que estavam ali: ― Este homem estava com Jesus, o Nazareno.
72 E ele, jurando, negou outra vez: ― Não conheço esse homem!
73 Pouco tempo depois, os que estavam por ali chegaram a Pedro e disseram: ― Certamente você é um deles. O seu modo de falar o denuncia.
74 Aí ele começou a amaldiçoar e a jurar: ― Não conheço esse homem! Imediatamente, o galo cantou.
75 Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe havia dito: “Antes que o galo cante, você me negará três vezes”. Saindo dali, chorou amargamente.

Atos 26

1 Então, Agripa disse a Paulo: ― Você tem permissão para falar em sua defesa. A seguir, Paulo fez sinal com a mão e começou a defender‑se:
2 ― Rei Agripa, considero‑me bem-aventurado por poder estar hoje na tua presença, para fazer a minha defesa contra todas as acusações dos judeus,
3 especialmente porque estás bem familiarizado com todos os costumes e controvérsias deles. Portanto, peço que me ouças pacientemente.
4 ― Todos os judeus sabem como tenho vivido desde a juventude, tanto na minha terra natal como em Jerusalém.
5 Eles me conhecem há muito tempo e podem testemunhar, se quiserem, que vivi como fariseu, de acordo com a seita mais severa da nossa religião.
6 Agora estou sendo julgado por causa da minha esperança no que Deus prometeu aos nossos antepassados.
7 Esta é a promessa que as nossas doze tribos esperam que se cumpra, cultuando a Deus com fervor, dia e noite. É por causa desta esperança, ó rei, que estou sendo acusado pelos judeus.
8 Por que vós achais impossível que Deus ressuscite os mortos?
9 ― Eu também estava convencido de que deveria fazer todo o possível para me opor ao nome de Jesus, o Nazareno,
10 e foi exatamente o que fiz em Jerusalém. Com autorização dos chefes dos sacerdotes, lancei muitos santos na prisão e votava contra eles quando eram condenados à morte.
11 Muitas vezes, ia de uma sinagoga a outra a fim de castigá‑los e tentava forçá‑los a blasfemar. Na minha fúria contra eles, cheguei a ir a cidades estrangeiras para persegui‑los.
12 ― Em uma dessas viagens, ia rumo a Damasco, com autorização e permissão dos chefes dos sacerdotes.
13 Por volta do meio-dia, ó rei, estando eu a caminho, vi uma luz do céu, mais resplandecente que o sol, brilhando ao meu redor e ao redor dos que iam comigo.
14 Todos caímos por terra. Então, ouvi uma voz que me dizia em língua hebraica: “Saulo, Saulo, por que você me persegue? Resistir ao aguilhão só trará dor a você!”.
15 ― Então, perguntei: “Quem és tu, Senhor?”. ― O Senhor respondeu: “Eu sou Jesus, a quem você persegue.
16 Agora, levante‑se; fique em pé. Eu apareci para constituí‑lo servo e testemunha do que viu a meu respeito e do que mostrarei a você.
17 Eu o livrarei do seu próprio povo e dos gentios, aos quais eu o envio
18 para abrir‑lhes os olhos e convertê‑los das trevas para a luz e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim”.
19 ― Assim, rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.
20 Preguei em primeiro lugar aos que estavam em Damasco, depois aos que estavam em Jerusalém e em toda a Judeia, e também aos gentios, dizendo que se arrependessem e se voltassem para Deus, praticando obras que mostrassem arrependimento.
21 Por isso, os judeus me prenderam no pátio do templo e tentaram matar‑me.
22 Tenho, porém, contado com a ajuda de Deus até o dia de hoje e, por este motivo, estou aqui e dou testemunho tanto a gente simples como a gente importante. Não estou dizendo nada além do que os profetas e Moisés disseram que haveria de acontecer:
23 que o Cristo haveria de sofrer e, sendo o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, proclamaria luz para o seu próprio povo e para os gentios.
24 A esta altura, Festo interrompeu a defesa de Paulo e disse em alta voz: ― Você está louco, Paulo! As muitas letras o estão levando à loucura!
25 Paulo respondeu: ― Não estou louco, excelentíssimo Festo. O que estou dizendo é verdadeiro e de bom senso.
26 O rei está familiarizado com essas coisas, e lhe posso falar abertamente. Estou certo de que nada disso escapou do seu conhecimento, pois nada se passou em um lugar qualquer.
27 Rei Agripa, crês nos profetas? Eu sei que sim.
28 Então, Agripa disse a Paulo: ― Por pouco me convence a tornar‑me cristão.
29 Paulo respondeu: ― Oro a Deus que, por pouco ou por muito tempo, não somente tu, mas também todos aqueles que estão me ouvindo hoje se tornem como eu, exceto quanto a estas algemas.
30 O rei se levantou, e com ele o governador e Berenice, como também os que estavam sentados com eles.
31 Saindo do salão, comentavam entre si: ― Este homem não fez nada que mereça morte ou prisão.
32 Agripa disse a Festo: ― Ele poderia ser posto em liberdade, se não tivesse apelado para César.

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja Também: