21 de Junho, 2025 – Mateus 27 e Atos 27

Mateus 27

O suicídio de Judas

1 De manhã cedo, todos os chefes dos sacerdotes e líderes religiosos do povo tomaram a decisão de condenar Jesus à morte.
2 Amarrando‑o, levaram‑no e o entregaram a Pilatos, o governador.
3 Quando Judas, que o tinha traído, viu que Jesus havia sido condenado, tomado de remorso, devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata.
4 Ele disse: ― Pequei, pois traí sangue inocente. Eles retrucaram: ― Que nos importa? A responsabilidade é sua.
5 Então, Judas lançou o dinheiro dentro do templo e saiu dali. Em seguida, foi e se enforcou.
6 Os chefes dos sacerdotes ajuntaram as moedas e disseram: ― É contra a lei colocar este dinheiro no tesouro, visto que é preço de sangue.
7 Então, decidiram usar aquele dinheiro para comprar o campo do oleiro, para cemitério de estrangeiros.
8 Por isso, ele se chama Campo de Sangue até o dia de hoje.
9 Então, cumpriu‑se o que fora dito pelo profeta Jeremias: “Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi avaliado pelos filhos de Israel,
10 e as deram para comprar o campo do oleiro, como o Senhor me havia ordenado”.

Jesus diante de Pilatos

11 Jesus estava em pé diante do governador, e este lhe perguntou: ― Você é o rei dos judeus? Jesus respondeu: ― Tu o dizes.
12 Acusado pelos chefes dos sacerdotes e pelos líderes religiosos, ele nada respondeu.
13 Então, Pilatos lhe perguntou: ― Não ouve de quantas coisas acusam você?
14 Jesus, porém, nada lhe respondeu, de modo que o governador ficou muito impressionado.
15 Por ocasião da festa, o governador costumava soltar um prisioneiro escolhido pela multidão.
16 Naquela ocasião, eles tinham um prisioneiro muito conhecido, chamado JesusBarrabás.
17 Pilatos perguntou à multidão ali reunida: ― Qual destes vocês querem que eu solte: Jesus Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?
18 Porque ele sabia que o haviam entregado por inveja.
19 Estando Pilatos sentado no tribunal, a mulher dele lhe enviou esta mensagem: “Não se envolva com esse justo, porque hoje, em sonho, sofri muito por causa dele”.
20 No entanto, os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos convenceram a multidão a que pedisse Barrabás e mandasse executar Jesus.
21 Então, o governador perguntou: ― Qual dos dois vocês querem que eu solte? Eles responderam: ― Barrabás!
22 Pilatos lhes perguntou: ― Que farei, então, com Jesus, chamado Cristo? Todos responderam: ― Crucifica‑o!
23 ― Por quê? Que crime ele cometeu? — perguntou Pilatos. Eles, porém, gritavam ainda mais: ― Crucifica‑o!
24 Quando Pilatos percebeu que não estava obtendo nenhum resultado, mas, ao contrário, que um novo tumulto se iniciava, mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse: ― Estou inocente do sangue deste homem; a responsabilidade é de vocês.
25 Todo o povo respondeu: ― Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos!
26 Então, Pilatos soltou‑lhes Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado.

Os soldados zombam de Jesus

27 Assim, os soldados do governador levaram Jesus ao Pretórioe reuniram toda a tropa ao seu redor.
28 Eles lhe tiraram as vestes e o vestiram com um manto escarlate.
29 Depois, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça dele; na sua mão direita, puseram uma vara. Ajoelharam‑se diante dele e começaram a zombar: ― Saudações, rei dos judeus!
30 Cuspiram nele e batiam‑lhe na cabeça com a vara.
31 Depois de terem zombado dele, tiraram‑lhe o manto e o vestiram com as suas próprias roupas. Em seguida, levaram‑no para ser crucificado.

A crucificação

32 Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, a quem forçaram a carregar a cruz.
33 Chegando a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “Lugar da Caveira”,
34 deram a Jesus vinho misturado com fel para ele beber, mas, depois de prová‑lo, ele recusou.
35 Depois de o crucificarem, dividiram as roupas dele, lançando sortes.
36 E, sentando‑se, vigiavam‑no ali.
37 Por cima da sua cabeça, colocaram por escrito a acusação feita contra ele: Este é Jesus, o Rei dos Judeus.
38 Dois ladrões foram crucificados com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda.
39 Os que passavam lançavam‑lhe insultos, balançando a cabeça
40 e dizendo: ― Você que destrói o templo e o reedifica em três dias, salve a você mesmo, se é o Filho de Deus, e desça da cruz!
41 Da mesma forma, os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos zombavam dele.
42 — Salvou os outros — diziam —, mas não é capaz de salvar a si mesmo! É o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nele.
43 Ele confiou em Deus. Que Deus o salve agora, se tem compaixão dele, pois disse: “Sou o Filho de Deus”.
44 Os ladrões que haviam sido crucificados com ele também o insultavam.

A morte de Jesus

45 Houve trevas sobre toda a terra do meio-dia até as três horas da tarde.
46 Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: ―— que significa: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”.
47 Quando alguns dos que estavam ali ouviram isso, disseram: ― Ele está chamando por Elias.
48 Imediatamente, um deles correu em busca de uma esponja, embebeu‑a em vinagre, colocou‑a na ponta de uma vara e a deu a Jesus para que bebesse.
49 Os outros, no entanto, disseram: ― Deixem‑no. Vejamos se Elias vem salvá‑lo.
50 Jesus, porém, bradando novamente em alta voz, entregou o espírito.
51 Naquele momento, o véu do templo rasgou‑se em duas partes, de alto a baixo. A terra tremeu, e as rochas se fenderam.
52 Os sepulcros se abriram, e os corpos de muitos santos que tinham morrido foram ressuscitados.
53 Estes, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.
54 Quando o centurião e os que com ele vigiavam Jesus viram o terremoto e tudo o que havia acontecido, ficaram aterrorizados e exclamaram: ― Verdadeiramente, este era o Filho de Deus!
55 Muitas mulheres estavam ali, observando de longe. Elas haviam seguido Jesus desde a Galileia, para servir‑lhe.
56 Entre elas estavam Maria Madalena; Maria, mãe de Tiago e de José; e a mãe dos filhos de Zebedeu.

O sepultamento de Jesus

57 Ao cair da tarde, chegou um homem rico, de Arimateia, chamado José, que se tornara discípulo de Jesus.
58 Dirigindo‑se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus, e Pilatos ordenou que este lhe fosse entregue.
59 José tomou o corpo, envolveu‑o em um lençol limpo de linho
60 e o colocou em um sepulcro novo, que ele havia mandado cavar na rocha. Depois de fazer rolar uma grande pedra sobre a entrada do sepulcro, retirou‑se.
61 Maria Madalena e a outra Maria estavam sentadas ali, em frente do sepulcro.

A guarda do sepulcro

62 No dia seguinte, isto é, no sábado,os chefes dos sacerdotes e os fariseus dirigiram‑se a Pilatos
63 e disseram: ― Senhor, lembramos que, enquanto ainda estava vivo, aquele impostor disse: “Depois de três dias ressuscitarei”.
64 Ordena, pois, que o sepulcro dele seja guardado até o terceiro dia, para que os seus discípulos não venham, roubem o corpo e digam ao povo que ele ressuscitou dentre os mortos. Este último engano será pior do que o primeiro.
65 ― Levem uma escolta— respondeu Pilatos. — Podem ir e mantenham o sepulcro em segurança como acharem melhor.
66 Eles foram e procuraram manter a segurança no sepulcro; além de deixarem uma escolta montando guarda, lacraram a pedra.

Atos 27

A viagem de Paulo para Roma

1 Quando ficou decidido que navegaríamos rumo à Itália, Paulo e outros presos foram entregues a um centurião chamado Júlio, que pertencia ao Regimento Imperial.
2 Embarcamos em um navio de Adramítio, que estava de partida para alguns lugares da província da Ásia, e saímos ao mar, estando conosco Aristarco, um macedônio de Tessalônica.
3 No dia seguinte, ancoramos em Sidom; Júlio, em um gesto de bondade para com Paulo, permitiu‑lhe que ele se encontrasse com amigos, para que estes suprissem as suas necessidades.
4 Quando partimos de lá, passamos ao norte de Chipre, porque os ventos nos eram contrários.
5 Tendo atravessado o mar aberto ao longo da Cilícia e da Panfília, ancoramos em Mirra, na Lícia.
6 Ali o centurião encontrou um navio alexandrino que estava de partida para a Itália e nele nos fez embarcar.
7 Navegamos vagarosamente por muitos dias e tivemos dificuldade para chegar a Cnido. Não sendo possível prosseguir em nossa rota, por causa dos ventos contrários, navegamos ao sul de Creta, defronte de Salmona.
8 Costeamos a ilha com dificuldade e chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto da cidade de Laseia.
9 Tínhamos perdido muito tempo, e agora a navegação se tornara perigosa, pois já havia passado o Dia da Expiação.Por isso, Paulo os advertiu:
10 ― Senhores, vejo que a nossa viagem será desastrosa e acarretará grande prejuízo para o navio, para a carga e também para a nossa vida.
11 Todavia, o centurião, em vez de ouvir o que Paulo falava, seguiu o conselho do piloto e do dono do navio.
12 Visto que o porto não era próprio para passar o inverno, a maioria decidiu que deveríamos continuar navegando, com a esperança de alcançar Fenice e ali passar o inverno. Este era um porto de Creta, que dava para o sudoeste e para o noroeste.

A tempestade

13 Quando começou a soprar suavemente o vento sul, pensaram que haviam obtido o que desejavam; por isso, levantaram âncora e foram navegando ao longo da costa de Creta.
14 Pouco tempo depois, desencadeou‑se da ilha um vento muito forte, chamado Nordeste.
15 O navio foi arrastado pela tempestade, sem poder resistir ao vento; assim, cessamos as manobras e ficamos à deriva.
16 Passando ao sul de uma pequena ilha chamada Cauda, foi com dificuldade que conseguimos recolher o barco salva-vidas.
17 Levantando‑o, lançaram mão de todos os meios para reforçar o navio com cordas; temendo que ele encalhasse nos bancos de areia de Sirte, baixaram as velas e deixaram o navio à deriva.
18 No dia seguinte, sendo violentamente castigados pela tempestade, começaram a lançar fora a carga.
19 No terceiro dia, lançaram fora, com as próprias mãos, a armação do navio.
20 Como passaram muitos dias sem que o sol e as estrelas aparecessem, e a tempestade continuava a abater‑se sobre nós, finalmente perdemos toda a esperança de nos salvarmos.
21 Visto que os homens tinham passado muito tempo sem comer, Paulo levantou‑se diante deles e disse: ― Os senhores deviam ter aceitado o meu conselho de não partir de Creta, pois, assim, teriam evitado este dano e prejuízo.
22 Agora, porém, recomendo que tenham coragem, pois nenhum de vocês perderá a vida; somente o navio será destruído.
23 Ontem à noite, apareceu‑me um anjo do Deus a quem pertenço e a quem adoro, dizendo‑me:
24 “Paulo, não tenha medo. É preciso que você compareça diante de César; Deus, por sua graça, deu‑lhe a vida de todos os que navegam com você”.
25 Assim, tenham ânimo, senhores! Creio em Deus que acontecerá conforme me foi dito.
26 No entanto, devemos ser arrastados para alguma ilha.

O naufrágio

27 Na décima quarta noite, ainda estávamos sendo levados de um lado para outro no mar Adriático,quando, por volta da meia-noite, os marinheiros imaginaram que estávamos próximos de terra firme.
28 Lançando a sonda, verificaram que a profundidade era de vinte braças;pouco tempo depois, lançaram novamente a sonda e encontraram quinze braças.
29 Temendo que fôssemos jogados contra as pedras, lançaram quatro âncoras da popa e faziam preces para que amanhecesse o dia.
30 Tentando escapar do navio, os marinheiros baixaram o barco salva-vidas ao mar, a pretexto de lançar âncoras da proa.
31 Então, Paulo disse ao centurião e aos soldados: ― Se estes homens não ficarem no navio, vocês não poderão salvar‑se.
32 Com isso, os soldados cortaram as cordas que prendiam o barco salva-vidas e o deixaram cair.
33 Pouco antes do amanhecer, Paulo insistia em que todos se alimentassem, dizendo: ― Hoje faz catorze dias que vocês estão em vigília constante, sem comer nada.
34 Agora, peço‑lhes que comam alguma coisa, pois só assim poderão sobreviver. Nenhum de vocês perderá sequer um fio de cabelo.
35 Tendo dito isso, tomou um pão e deu graças a Deus diante de todos. Então o partiu e começou a comer.
36 Todos se reanimaram e também comeram algo.
37 Estavam a bordo duzentas e setenta e seis pessoas.
38 Uma vez satisfeitos, aliviaram o peso do navio, atirando todo o trigo ao mar.
39 Quando amanheceu, não reconheceram a terra, mas viram uma enseada com uma praia, para onde decidiram conduzir o navio, se fosse possível.
40 Cortando as âncoras, deixaram‑nas no mar, desatando ao mesmo tempo as cordas que prendiam os lemes. Então, alçando a vela da proa ao vento, dirigiram‑se para a praia.
41 O navio, porém, encalhou em um banco de areia, onde tocou o fundo. A proa encravou‑se e ficou imóvel, e a popa foi quebrada pela violência das ondas.
42 Os soldados planejavam matar os presos para impedir que algum deles fugisse, jogando‑se ao mar.
43 O centurião, porém, queria salvar a vida de Paulo e os impediu de executar o plano. Então, ordenou aos que sabiam nadar que se lançassem primeiro ao mar em direção a terra.
44 Os outros teriam que se salvar em tábuas ou em pedaços do navio. Dessa forma, todos chegaram a terra sãos e salvos.

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